Dr. Luiz Augusto Cassettari

O câncer de pele é uma das doenças malignas mais comuns no mundo, apresentando alta incidência e um impacto significativo na saúde pública. Este artigo tem como objetivo fornecer informações essenciais sobre o câncer de pele, desde a sua anatomia até os sinais de alerta, tipos, tratamentos e estratégias de prevenção.

lesao em face suspeita para cancer de pele

Neste artigo, vamos discutir sobre as lesões de pele com potencial de malignidade, os sinais e sintomas suspeitos, fatores de risco e principais tratamentos.

Além disso, você vai compreender a importância do cirurgião de cabeça e pescoço no diagnóstico e tratamento dessas lesões.

fotografia do Dr. Luiz Augusto, especialista em nódulos de tireóide
Dr. Luiz Augusto, especialista em câncer de pele

O Dr. Luiz Augusto tem mais de 10 anos de experiência como médico, e já realizou mais de 1500 cirurgias para retirada de câncer de pele em sua carreira.

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Incidência do Câncer de Pele

Estudos demonstram que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente, sendo responsavel por cerca de 30% entre todos os diagnosticos de câncer. Estima-se que no Brasil cerca de 185 mil pessoas recebem esse diagnostico anualmente.

A face, por ser uma das areas com maior exposição aos raios solares, é uma das áreas do corpo mais afetadas. Estima-se que cerca de 80% dos canceres de pele não melanoma acometem a região facial.

As regiões da face percentualmente mais afetadas pelo câncer de pele não melanoma
As regiões da face percentualmente mais afetadas pelo câncer de pele não melanoma

Anatomia da Pele

Para entender como o câncer de pele se desenvolve, é importante conhecer a estrutura da pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e é composta por três camadas principais:

  1. Epiderme: A camada externa da pele, que atua como uma barreira protetora.
  2. Derme: A camada intermediária, que contém vasos sanguíneos, nervos e folículos pilosos.
  3. Hipoderme: A camada mais profunda, que conecta a pele aos músculos e ossos e armazena gordura.

O câncer de pele geralmente se origina na epiderme, onde as células podem se tornar anormais devido a mutações, frequentemente induzidas pela exposição excessiva aos raios ultravioletas (UV) do sol.

Camadas da pele

Como os Raios Solares Causam Câncer de Pele

A exposição ao sol é o principal fator de risco para o câncer de pele. Os raios UV podem danificar o DNA das células da pele, levando à formação de mutações que podem resultar em crescimento celular descontrolado. Este crescimento pode manifestar-se como lesões ou tumores na pele.

Efeito dos raios UV na pele
Efeito dos raios UV na pele

Sinais e Sintomas de Malignidade

É crucial reconhecer os sinais e sintomas de câncer de pele para um diagnóstico precoce. Os principais sinais incluem:

  • Mudanças em pintas: Alterações no tamanho, forma ou cor de pintas existentes, ou o aparecimento de novas lesões.
  • Feridas que Não Cicatrizam: Lesões que não cicatrizam em um período razoável.
  • Manchas ou Lesões: Áreas vermelhas, escamosas ou com crostas que podem coçar, sangrar ou doer.
  • Alterações na Pele: regiões da pela com alteração da textura, que apresentam bordas irregulares ou cores variadas.

Principais Tipos de Câncer de Pele

O câncer de pele pode ser dividido em diferentes tipos, cada um com características específicas, fatores de risco e formas de tratamento. Entender as distinções entre esses tipos é crucial para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz.

1. Carcinoma Basocelular (CBC)

O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de câncer de pele, representando cerca de 70% a 80% dos casos. Ele se origina nas células basais, que estão localizadas na camada mais profunda da epiderme, a camada superior da pele. Geralmente, o CBC se desenvolve em áreas da pele expostas ao sol, como o rosto, pescoço e braços.

Características:

  • Aparência: O CBC normalmente aparece como uma lesão elevada, com bordas peroladas e vasos sanguíneos visíveis (telangiectasias). Pode ulcerar ou formar crostas.
  • Crescimento: É um câncer de crescimento lento e raramente se espalha (metástase) para outras partes do corpo.
  • Prognóstico: Quando tratado precocemente, o prognóstico é excelente, com altos índices de cura.

2. Carcinoma Espinocelular (CEC)

O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele, responsável por cerca de 15% a 20% dos casos. Ele se origina nas células escamosas, que compõem a maior parte das camadas superiores da epiderme.

Características:

  • Aparência: O CEC costuma se apresentar como uma lesão espessa, escamosa ou crostosa, que pode sangrar ou ulcerar. Também tende a surgir em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, mãos e antebraços.
  • Crescimento: O CEC cresce mais rapidamente do que o CBC e tem um risco maior de se espalhar para outras partes do corpo, especialmente se não for tratado.
  • Prognóstico: O tratamento precoce é essencial para evitar complicações graves, mas o prognóstico é geralmente favorável com intervenção oportuna.
cec
carcinoma espino celular

3. Melanoma

O melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele, embora seja menos comum, representando cerca de 1% a 5% dos casos. Ele se origina nos melanócitos, que são as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele.

Características:

  • Aparência: O melanoma pode se apresentar como uma nova pinta ou uma mudança em uma pinta existente, frequentemente de aparência irregular, com bordas mal definidas, variação de cor (do marrom ao preto, e até vermelho, branco ou azul) e diâmetro maior que 6 mm.
  • Crescimento: O melanoma pode crescer rapidamente e tem uma alta probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo (metástase), tornando-o mais perigoso.
  • Prognóstico: O prognóstico depende do estágio em que é diagnosticado. Se detectado e tratado precocemente, as chances de cura são altas. Em estágios avançados, no entanto, o tratamento é mais difícil e o prognóstico é menos favorável.
lesao pigmentada sugestiva para melanoma
lesao pigmentada sugestiva para melanoma

Regra ABCDE para o Câncer de pele tipo melanoma

A regra ABCDE é um guia simples e eficaz para ajudar a identificar sinais de melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele. Cada letra da sigla ABCDE corresponde a uma característica que deve ser observada em pintas ou manchas na pele. Se uma lesão cutânea apresentar qualquer uma dessas características, deve-se procurar um médico para avaliação imediata.

A: Assimetria

  • O que é: Quando uma metade da pinta ou mancha é diferente da outra. Isso significa que a lesão não tem uma forma simétrica.
  • Como identificar: Divida mentalmente a lesão ao meio. Se as duas metades forem diferentes em forma, cor ou elevação, isso pode ser um sinal de alerta.

B: Bordas

  • O que é: Bordas irregulares, dentadas ou mal definidas.
  • Como identificar: Lesões benignas geralmente têm bordas lisas e bem definidas. No melanoma, as bordas podem ser irregulares, recortadas ou parecerem desbotadas.

C: Cor

  • O que é: Presença de múltiplas cores ou variação na tonalidade.
  • Como identificar: Melanomas podem apresentar diferentes tons de marrom, preto, azul, vermelho, branco ou até mesmo tons rosados. Uma lesão que contém várias cores ou apresenta mudanças de cor deve ser avaliada.

D: Diâmetro

  • O que é: Lesões maiores que 6 milímetros de diâmetro, aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis.
  • Como identificar: Embora melanomas possam ser menores, a maioria tende a ser maior que 6 mm quando diagnosticada. Se uma lesão crescer ou ultrapassar esse tamanho, deve ser examinada.

E: Evolução

  • O que é: Qualquer mudança na lesão ao longo do tempo, seja no tamanho, forma, cor ou sintomas (como coceira ou sangramento).
  • Como identificar: Pintas benignas geralmente permanecem estáveis. Se uma pinta ou mancha na pele começar a mudar de alguma maneira, especialmente rapidamente, isso pode ser um indicativo de melanoma.
Regra ABCDE do Melanoma
Regra ABCDE do Melanoma

A regra ABCDE é uma ferramenta útil para o autoexame regular da pele, permitindo que as pessoas detectem potenciais melanomas em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz. No entanto, ela não substitui o exame profissional. Ao notar qualquer uma dessas características, ou qualquer outra alteração suspeita na pele, é fundamental procurar um médico, de preferência um dermatologista ou cirurgião de cabeça e pescoço, para uma avaliação completa.

4. Outros Tipos Menos Comuns

Além dos três principais tipos mencionados, existem outros tipos de câncer de pele menos comuns, como:

  • Carcinoma de Células de Merkel: Um câncer raro e agressivo que se origina nas células de Merkel, presentes na camada superior da pele. Este tipo tende a crescer rapidamente e pode se espalhar para outras partes do corpo.
  • Sarcoma de Kaposi: Associado a infecções virais e frequentemente observado em pacientes com HIV/AIDS. Manifesta-se como lesões violáceas na pele e em outros tecidos.
  • Linfoma Cutâneo: Um tipo de linfoma que afeta a pele, podendo causar placas ou nódulos.

Fatores de Risco

Alguns fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolver câncer de pele, incluindo:

  • Exposição aos Raios Ultravioleta: A exposição prolongada e repetida aos raios solares é o principal fator de risco. O uso de câmaras de bronzeamento artificial, por emitirem raios UV, também oferecem risco.
  • Sistema imunológico enfraquecido: Pessoas com sistema imunológico comprometido, seja por doenças ou medicamentos, têm maior risco.
  • Histórico familiar: Ter familiares com histórico de câncer de pele aumenta o risco.
  • Pele clara: Pessoas de fototipo baixo, ou seja, com pele clara, principalmente de olhos azuis ou verdes, e cabelos loiros ou ruivos têm maior risco.
  • Idade: O risco aumenta com a idade, pelo efeito acumulativo dos danos a pele com o passar do tempo.

Prevenção

A prevenção do câncer de pele é fundamental e pode ser alcançada através de:

  • Uso de Protetor Solar: Aplicar um protetor solar de amplo espectro com fator de proteção solar (FPS) 30 ou superior, mesmo em dias nublados.
  • Evitar o Sol em Horários de Pico: Limitar a exposição solar entre 10h e 16h.
  • Roupas de Proteção: Usar roupas de manga longa e chapéus de aba larga.
  • Exames Regulares da Pele: Consultar um médico especialista para avaliações regulares da pele e autoexames.

Principais Tratamentos

O tratamento do câncer de pele depende do tipo e estágio da doença. As opções incluem:

  • Cirurgia: A cirurgia é a principal modalidade de tratamento para a maioria dos tipos de câncer de pele. Isso pode envolver a remoção da lesão cancerosa e a área circundante (margem cirúrgica).
  • Radioterapia: Usada principalmente para cânceres que não podem ser completamente removidos cirurgicamente ou em casos de recidiva.
  • Quimioterapia: Embora raramente usada, pode ser indicada em alguns casos especificos.
  • Imunoterapia: Uma abordagem mais recente que ajuda o sistema imunológico a combater o câncer.
  • Tratamentos Tópicos: Para casos iniciais de câncer de pele não melanoma, podem ser utilizados cremes ou pomadas.

Cirurgias de Pele na Face e Modalidades de Reconstrução

O tratamento cirúrgico é a abordagem mais comum e eficaz para remover o câncer de pele. Durante a cirurgia, o objetivo é remover completamente o tumor, garantindo que não restem células cancerosas no local. Um dos aspectos mais críticos desse procedimento é a obtenção de margens cirúrgicas adequadas.

A Importância das Margens Cirúrgicas

As margens cirúrgicas referem-se ao tecido saudável ao redor do tumor que é removido junto com o câncer. Essa prática é essencial para reduzir o risco de recidiva (o retorno do câncer) e garantir que todas as células cancerosas foram removidas. Se as margens cirúrgicas não forem adequadas, há uma chance maior de que células cancerosas permaneçam no local, aumentando o risco de o câncer voltar.

margens cirurgica
Margens cirúrgicas livres (as acima) e comprometidas (as abaixo)

Reconstrução com Retalhos ou Enxertos de Pele

Dependendo do tamanho e da localização do tumor, a remoção cirúrgica pode deixar um defeito na pele que precisa ser reparado. Em muitos casos, o cirurgião pode realizar uma reconstrução com retalhos ou enxertos de pele.

  • Retalhos de Pele: Consiste em movimentar um pedaço de pele saudável, adjacente ao local da cirurgia, para cobrir o defeito. Isso mantém uma aparência e textura mais natural da pele na área tratada.
  • Enxertos de Pele: São pedaços de pele retirados de outra parte do corpo e transplantados para cobrir o defeito. Este procedimento é utilizado principalmente quando o retalho de pele não é viável, ou quando o defeito é muito grande.

Ambas as técnicas têm como objetivo restaurar a função e a aparência da área tratada, minimizando cicatrizes e promovendo uma recuperação mais rápida e estética.

retalho bilobado
Retalho bilobado em nariz

Conclusão

O câncer de pele é uma doença séria que pode ser tratada eficazmente quando diagnosticada precocemente. O cirurgião de cabeça e pescoço é o frequentemente especialista responsável pelo tratamento dessas condições, oferecendo intervenções cirúrgicas e cuidados subsequentes. A conscientização e a prevenção são as melhores formas de combater essa doença e garantir uma pele saudável e protegida. Se você notar qualquer alteração em sua pele, consulte um profissional de saúde imediatamente.

Dr Luiz Augusto, cirurgiao de cabeça e pescoço
Dr. Luiz Augusto, Cirurgião de Cabeça e Pescoço

Fontes:

https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele

https://www.skincancer.org/pt/blog/what-is-the-flap-technique-in-skin-cancer-surgery

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